sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Merda

Nesta altura, estala um belo Off Shore na nossa Costa. O Quilhas está em casa, de férias, bem perto do mar. Não vai, certamente, ficar a seco. O Esponja, há meses que não fala de outra coisa sem ser ondas. Eu? Mal ando e não posso ir às ondas. Depois de 2 meses sem dar um pontapé numa bola, agora esperam-me mais 30 dias sem sequer ir à água.

Chegam-me relatos de tubos na Costa da Caparica, de metrão off-shore, chegam-me promessas de Lagido Clássico e eu condenado a ficar em seco. A médica ainda gozou. "Devia começar a fazer qualquer coisa dentro de água", disse. A resposta foi evidente: "E Bodyboard?" A cabra cruel, riu-se.




(Apesar de tudo)
Bons Tubos

sábado, 19 de janeiro de 2008

Hino à estupidez



Ponto prévio: Esta não é uma história de localismo

Ponto prévio 2: Esta é uma história de estupidez

Um dia de metrão e vento leste na Costa da Caparica. Dia clássico em que "tubo" era a palavra do dia. Dia de celebração.

Local: Praia do dragão vermelho

Situação: Um grupo de bodyboarders concentrado no pontão da esquerda, aproveitando a onda mais cavada; surfistas na direita, aproveitando a onda mais longa.

De repente, uma discussão:

-- Baza daqui, não surfas aqui, baza, vai para o caralho!

Um bodyboarder que já vi naquela praia algumas vezes, um bom bodyboarder, diga-se, interpela um surfista.

Dropinou-o, pensei eu.

De repente, a altercação intensifica-se e o bodyboarder faz uma chave ao surfista, (um puto que nem 20 anos devia ter, enquanto o bodyboarder tinha para aí 30 e um grupo de amigos do seu lado) e submerge-o. Quando o puto finalmente emerge, os outros bodyboarders, que nem coiotes, juntam-se à festa e empurram o surfista dali para fora.

Estupefacto com o sucedido, passo pelo puto e pergunto-lhe o que se passou. Se tinha dropinado o outro "por acidente"...

"É pá, não, o gajo disse que eu não surfava um caralho e que tinha de bazar dali. Só lá estavam bodyboarders e não me queriam ali..."

Adoro bodyboard, sou louco por descer ondas e todos os dias me amaldiçoo por ter perdido tanto tempo até começar a surfar, mas juro que, naquele momento, me passou pela cabeça mandar tudo à merda.

O que é isto? Localismo? A infame rivalidade bodyboard-surf? Não, desculpem, mas isto é a raíz de todo o Mal. É a estupidez humana no seu estado mais puro. E fez-me náuseas. E nem as ondas perfeitas do dia me apagaram o gosto azedo que ainda tenho na boca.

O meu amigo Cocas, muito mais experiente que eu nestas andanças, diz-me que "costuma ser ao contrário". Caguei, o veículo em que se surfa, a cor da pele, a religião, o sexo, a preferência sexual, a nacionalidade... é tudo a mesma merda, a discriminação e a estupidez estão assim tão entranhadas no nosso código genético?

Vão todos à merda por estragarem uma manhã perfeita. E por matarem a magia. Ou esforçarem-se como o c... para o fazer.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Pierre Louis Costes sobre o Special Edition




Este rapaz ainda nem tirou a carta de condução, mas já é um dos grandes do Bodyboard Mundial. Brilhou na Nazaré e ... gostou.

A entrevista é a um site francês.

Pierre Louis Costes à Nazare
07/01/2008


« (...) ramasser des séries sur la tête, s’agripper au jet ski, surfer des vagues de 5 mètres, ramer pour éviter les vagues qui décalaient... »

Il nous raconte les furieuses vagues qu'il a du affronter courageusement. Blessé juste après la compétition, il fera tout pour être prêt à Pipeline (Hawai) fin février pour la première étape du tour mondial professionnel 2008.

Entretien et photos, Stéphane Michaux

C'était une première pour toi cette vague; en avais tu déjà entendu parler ?

Oui, j’en avais entendu parler, souvent par Cédric (Dufaure) et Cap2 (Nicolas Capdeville) qui avaient participé aux ETB sur ce même spot. Je pense qu’aujourd’hui Nazare a la réputation d’être un des plus gros beach break au monde. La première fois qu j’ai pu surfer cette vague, c’était lors de ma première série.

Tu as donc participé à la plus grande compétition de grosses vagues en Europe, c'était extra dis nous ?

Cet évènement était certainement la meilleure compétition à laquelle j’ai participé, une organisation exemplaire, le logement et la nourriture offert dans un hôtel très confortable. La sécurité était incroyable; rien n’aurait pu être possible sans eux. De nombreux médias étaient également présent (télé, radio, internet....). Les vagues étaient tout simplement dantesque. Je me rappelle être arrivé sur le spot le matin et voir ces énormes murs casser à 20 mètres du bord. Pendant toute la journée, beaucoup de personnes déferlaient sur la plage. Je suis très heureux que les gens aient pu voir ce qu’était le vrai bodyboard ! C’est ce genre de compétition qui fera avancer notre sport.

Tu étais invité parmi des portugais et un canarien, peux tu nous raconter l'ambiance entre vous et au moment d'affronter ces vagues géantes ?

L’ambiance était assez spéciale. La houle était annoncée énorme : du jamais vu pour cette compétition. Nous étions tous très excités et anxieux. Je pense que très peu d’entre nous avaient l’envie de gagner en premier objectif. Le fait de tous rester ensemble enlevait toute rivalité. C’était avant tout un challenge de surfer ces conditions. Il n’y avait pas ce stress ou cette pression que je rencontre lors des autres compétitions. Notre seule envie était de représenter le bodyboard à son plus haut niveau et surtout de ne pas ramasser.

Cela t'a marqué physiquement et nerveusement ?

Physiquement, cela m a beaucoup marqué. En finale, j’ai cassé mon leash et du être contraint de rester 20 minutes en pleine zone d impact, les jets skis ne pouvant pas me chercher à cause des clapots et du courant. J’ai heureusement réussi à regagner le bord complètement sonné. Sans aucun doute, c’est la compétition la plus physique de tous les temps, ramasser des séries sur la tête, s’agripper au jet ski, surfer des vagues de 5 mètres, ramer pour éviter les vagues qui décalaient...

Est ce que ce sont les plus grosses vagues que tu aies surfées cette année et en Europe ?

Oui, je pense; c’est très rare de voir un spot tenir des vagues de cette taille, surtout un beach break; c’était aussi gros qu’Hawaii, une sorte de gravière maxi version.

Quel a été ton programme pour le moment ?

Pour l’instant, je dois me reposer. Je me suis fissuré la rotule sur un spot au Portugal le jour d’après la compétition. Je saurai si je dois être opéré dans 3 semaines, ce qui m empêchera de participer à Pipeline (ndlr : 1ère étape du tour mondial IBA 2008 fin février). J’espère que je pourrai m’en passer. Les chirurgiens pensent que j en ai pour 6 semaines avant une soudure définitive.

Donc, j’ai passé les fêtes avec ma famille ; j’en profite pour passer mon permis de conduire, et malgré ma blessure m’entraîner physiquement, muscler mon dos, mes épaules et mes abdos. Si jamais mon genou se rétablit avant Hawaii, je veux être prêt physiquement pour Pipeline.

© 2007 - Bodyboardpro.com


Bons Tubos

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Tow in?...sem comentários



Pedi emprestada este foto ao blog conversas do mar (conversasdomar.blogspot.com) porque ilustra bem algumas conversas que temos tido. Tow in?...às vezes sim, outras vezes...sem comentários.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Eu viciado me confesso


É irónico. Tive familiares com problemas de dependência de vários tipos e, como tal, detesto vícios. Não fumo, bebo quando me apetece, e só bebo café, muito, porque adoro.

Agora, quando é que traçamos a fronteira entre o amor e o vício, a dependência? Quando os amigos, mesmo aqueles com quem partilhamos o mesmo amor, nos avisam que estamos a ir longe de mais.

Confesso-me viciado em descer ondas. Como diz o meu companheiro Cocas no post anterior, até de colchão lá ia, se fosse preciso. Quis o destino que escolhesse uma prancha de bodyboard para matar o vício.

O problema é quando todos os instantes da nossa vida são dominados pelas ondas. Só falamos de ondas, só pensamos em ondas. Em todo o lado, a toda a hora, com qualquer um. Até ao ponto de nos tornarmos verdadeiros chatos. E o pior é que temos consciência disso.

Já para não falar no tempo que passamos na água. Mas isso, amigos, é sagrado. O pior é quando o mar não ajuda e o(s) nossos(s) spots não estão a funcionar ou se o trabalho (maldito seja)não permite. Aí, a ressaca tansforma-se progressivamente em loucura.

Somos dominados por actos masturbatórios: vemos pela enésima vez o Hardy Life II, rebuscamos o youtube à procura de filmes de bodyboard, ou olhamos obcecados pelos sites a tentar perceber quando vem o próximo swell surfável. Vale tudo.

Ok, estou viciado. A namorada chama-nos nomes, os amigos dizem que estou a ficar louco, os colegas gozam com o bronze permanente e o cabelo queimado do sol...preciso de uma pausa.

Pelo menos até ao próximo dia de ondas...