O dinheiro fez muito mal à irmandade das ondas. O Surf está transformado num programa da MTV. Os campeões têm tiques de estrelas, os contratos são milionários e os putos deixaram de repetir os velhões chavões. Já não procuram o tubo perfeito. Hoje, querem fazer pose em anúncios de marcas de camisolas e esqueceram (será que alguma vez o souberam?) o verdadeiro motivo que nos leva, mesmo nas manhãs frias, a entrar na água gelada.
No Bodyboard está tudo mais atrasado. Ainda bem. Há menos dinheiro e a guerra na comunidade continua a ser por marcar os limites da arte. Cada um estica a sua corda. Uns tentam 720º aéreos, outros entram a braço em ondas que exigem a companhia de um Jet Ski e ainda há quem dispute campeonatos quando o bom senso recomenda que fiquem na areia. Há mais paixão pelo Bodyboard.
É mais fácil ser surfista. Basta chegar a uma praia e imitar o que viram fazer nas Marés Vivas. Ser bodyboarder, exige personalidade.
Ao fim-de-semana, quando chega a altura de fechar o fato e entrar na água, estou-me a borrifar para os que vão em pé e para os que vão deitados. Só quero apanhar a minha, respirar um bocado e ouvir estalar, pelo menos, um lip. Gosto de bodyboard. A proximidade com a água torna o momento mais acolhedor e, quando chega a altura de disparar, as explosões são sempre mais fortes. Tal como dizem as camisolas da APB: Em pé é bom, mas deitado é melhor.
Grande banda sonora.
Bons Tubos
sexta-feira, 11 de abril de 2008
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