quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

O Surf e o Sexo

"São abundantes e frequentes as comparações entre o Surf e o Sexo e não deixa de ser curioso que de todos os surfistas que são fumadores que conheço e absurdamente não são poucos todos eles acendem um cigarro depois de surfar e depois de comer, depois do sexo não sei porque não estava lá…"

E não é que acedo sempre um cigarro depois do surf?

by Pedro Arruda in Ondas

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

O estado da nação

Nos últimos tempos a conversa tem sido animada pela exclusão do BB dos WSG. Será que ficámos a ganhar? Será que vamos conseguir organizar um evento semelhante, mas exclusivamente dedicado ao BB? Será que tal evento faz sentido? As dúvidas são muitas e todas pertinentes.

De todo este (mais um) triste filme, vejo apenas um grande prejudicado: a selecção nacional. Não é segredo que Portugal é um país de bodyboarders. O nível do surf nacional é fraco, as competições domésticas são desoladoras – quantos nomes é possível dar a um cut back? – e contam-se pelos dedos de uma mão os verdadeiros atletas de Surf. O “melhor de sempre” luta para que o deixem continuar entre os 45 melhores do Mundo e a última vez que foi notícia tinha sido esmagado em Pipeline por, dizia o Surfline, ter feito uma má escolha de prancha. No Bobyboard é diferente. Há mais competidores e mesmo com remunerações miseráveis os resultados aparecem. Hugo Pinheiro e Manuel Centeno são conhecidos e respeitados pelos melhores do Mundo, entre as mulheres a Rita Pires bate-se de igual para igual com as melhores e a próxima fornada já está pronta a sair. Gonçalo Campos e Dino Carmo, estão prontos e com o treino (€€) adequado vão certamente chegar longe. Na próxima edição dos WSG os resultados vão ser miseráveis, mas até adivinho o discurso: “Pouco podemos fazer contra australianos, americanos, brasileiros, ...” Eu comento já: “Há um desporto em que os limpamos com relativa facilidade e frequência, mas desse vocês não gostam ...”

Mas o maior problema do Bodyboard não está na água. A seco, a goleada do surf ao bodyboard continua a ser assustadora. As marcas sustentam qualquer menino que tenha uma prancha, a imprensa acompanha o mais miserável do feito – quantas vezes ouvimos no ano passado: “Saca foi repescado” – e a imprensa especializada é profissional. A falta de uma verdadeira revista e de um órgão federativo que reúna bodyboarders e que assegure o destaque a quem faz por o merecer são as duas maiores falhas do desporto em Portugal. A VERT é um esforço amador, mas é insuficiente. Textos que começam com o autor a pedir desculpa por escrever mal, fotos repetidas e, a característica mais irritante, anúncios a marcas que tudo fazem para sabotar o Bodyboard. É altura de juntar as tropas, de reunir as marcas de BB e de criar algo novo, forte, profissional e, sobretudo, EXCLUSIVAMENTE SUSTENTADO PELO DINHEIRO DO BB.

Se o Bodyboard ficou a perder com a saída dos WSG? Não sei, mas confesso que não estou muito preocupado com isso. Há problemas bem mais graves para resolver. Por exemplo: porque será que os atletas que não vivem em Lisboa ou no Porto não conseguem patrocinadores decentes?




Bons Tubos

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

O bodyboard tem futuro? Deixem com estes...







Há mais vídeos integrados na iniciativa da Movement "Future Trading", com uma série de jovens prodígios. Destaque para a sessão de Charles Ward em Shipsterns. É caso para perguntar: "O que é que este puto anda a tomar???"

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Viva o Apartheid






Texto retirado do site da IBA: ww.ibaworldtour.com

Bodyboarding: no longer part of the ISA World Surfing Games

Beginning with this year’s edition, the International Surfing Association announced that the Bodyboard divisions will no longer be part of the disciplines within the World Surfing Games.
Starting in 2009 the teams that participate in the ISA World Surfing Games will included the following athletes
-4 Open Men
-2 Open Women
-2 Longboarders Men
The teams, that used to include up to 10 competitors, now will have eight, making it easier for the different federations to finance their team’s traveling expenses.
As seen, in the 2009 Billabong ISA World Surfing Games that will take place in Costa Rica next August, teams will no longer include bodyboarders but will increase from one longboarder to two longboarders.
ISA’s objective when making this decision was to concentrate all efforts on the different surfriding disciplines in existence today. Therefore, an exclusive Bodyboard world championship is being planned, giving this discipline a more visible profile.
ISA President, Fernando Aguerre, commented on the team changes for the next ISA World Surfing Games: “The ISA decided to provide separate events for both stand up surfers and bodyboarders in order to provide the most appropriate waves and judging resources specific to each sport.”

PS: Era lógico e previsível para quem tenha estado atento as ISA Games da Caparica. Vida longa às quilhas!
Cheira-me que se acabaram as medalhas portuguesas nos ISA Games...

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

O projecto

Ando com saudades de fazer um verdadeiro dia de ondas. Uma surfada de manhã, pequena bucha para atestar o depósito e, depois do café, a segunda surfada até o sol se esconder. De preferência, com ondas de metro, off shore e pouco crowd.

Agora, além do stress a atrapalhar ainda há fins-de-semana em que o mar resolve mostrar o que é uma tempestade. Pela primeira vez em muito tempo, este fim-de-semana não vi nignuém na água em Peniche.

A seco, é inevitável acabar a sonhar com ondas, surftrips e com o quiver de perfeito. Aproveitei o Domingo para definir a minha próxima meta: 41', shape estreito mas curvilíneo e a acabar em crescent, em PE e com um flat stringer. Já agora, que seja preta no deck, vermelha nos rails, 60/40, e branca no slick. Depois, só falta o pequeno emblema a dizer: Refresh. Sempre quis ter uma prancha custom e até acho que é preciso dar uma ajuda a quem investe no BB nacional.

Para já, terei de me contentar em agendar o verdadeiro dia de surf. Viva a crise!!

LOVE LIFE LIVE , Boss it up






Bons Tubos

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Foda-se



Would Eddie go?

Bons tubos

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Talkin' Pipe

Engraçado como os verdadeiros surfistas têm um tom de voz especial. Mais calmo, pausado, como se estivessem sempre em velocidade de cruzeiro. Os momentos de aceleração, passam-nos na água. A seco, sentem-se como peixes.

Gerry Lopez e Jock Sutherland estiveram entre os que desbravaram a melhor onda do mundo. Partilharam os primeiros drops em Pipe, estavam na água quando escolheram o nome para o pico, quando descobriram a magia dos duck dives, dos chops e até sabem como é encontrar o célebre line up havaiano vazio e a areia livre de fotógrafos.

A lista de heróis é extensa, mas há dois rapazes que merecem um destaque especial. Estavam entre os primeiros a chamar à atenção em Pipe, mas não usam prancha e quando queriam boleia usavam pequenas tábuas de madeira. Ben Severson e Mike Stewart .



I


II


III


IV


V


VI




Bons tubos

O surfista da década

A Transworld surfing elegeu o Dane Reynolds como o surfista da década. Será verdade ou estará só a Quicksilver a tentar inventar a próxima estrela?

Que o rapaz parece um cavalo a surfar, parece ...



Bons Tubos

domingo, 11 de janeiro de 2009

Imortalidade

Parece que não é fácil ter direito a uma boa onda. Que é preciso ir subindo na cadeia alimentar para chegar perto do pico. Parece que os locais, são os mais perigosos do Mundo. Uma onda perfeita em Pipeline, garante a importalidade.






Bons Tubos

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Em homenagem

Uma prenda de ano novo para o meu companheiro de blog e o seu pedaço de PP novo.


Season 1 Episode 1 Segment 4 from HI SURVEILLANCE on Vimeo.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

A Gula, a Massificação e outros demónios ...

A sequência é invariavelmente a mesma. Drop, puxão no rail, pernas cravadas e o pescoço inclinado. A seguir, basta esperar que a onda nos cubra e nos deixe aproveitar a boleia do seu cilindro. O tempo de permanência depende de duas variáveis: da disposição da onda e o talento do bodyboarder. Eu padeço de um pecado capital: a Gula. Sempre que me encaixo, não quero sair, prendo-me com unhas e dentes à parede da onda e acabo, invariavelmente, por ser arremessado para locais bem menos agradáveis que o cilindro azul.

Ver o lip estalar ao nosso lado, ver a luz (literalmente) ao fundo do túnel e ouvir o rosnar da onda à nossa volta são sensações que marcam quem já as experimentou. Ser amassado por um cilindro dos Super, da Naza ou de Carcavelos, pode não ser a melhor sensação do Mundo. Ser lançado over the falls, também não é melhor, mas vale a pena.

No Mundo das Ondas, a Gula é um pecado capital. Nos tubos, os grandes sabem sempre quando chega a altura de dizer basta e apontar à porta de saída. No line up, os grandes também sabem partilhar e a regra, a da partilha, tem de ser mesma. Deixar o parceiro do lado fazer a onda que o pode leve a um dos cilindros mágicos é, garanto-vos, um comportamento gratificante. Um grande surfista, diverte-se quando no canal vê um irmão sacar um tubo, quando os ouve gritar de contentamento ou quando os vê sacar uma manobra inédita. O surf é uma experiência para ser partilhada. O contacto com a natureza dá humildade, coloca o Mundo do betão em perspectiva e ainda nos ensina o valor de ter companhia nos momentos decisivos – e vocês, seus Locals Mauzões, gostavam de estar sozinhos, por exemplo, com a Cave a bombar uns três metros de onda em cima da pedra?. Se as regras dos grandes surfistas se MASSIFICASSEM, o Mundo só tinha a ganhar.



Bons Tubos

Ainda sobre filmes, massificação e outros disparates




"I grew up watching vids and now it's me on the vids getting people out"

Há uma lição a tirar do discurso de Hardy. Não que o profissional de surf ou bodyboard típicos sejam filósofos de primeira, nada disso. Mas quando um tipo como Ryan Hardy, talvez o melhor bodyboarder da actualidade (não vamos aqui discutir isto) diz que gosta de saber que motiva mais gente a ir para o mar...

Eu gosto de surfar. Não, eu amo surfar. Amo o mar da maneira como se pode amar uma força da natureza: numa medida igual de amor, medo, respeito e inspiração. Já tive alguma conversas incidentais ao sair da água após uma daquelas surfadas em que eu e um parceiro de ondas constatamos que ficamos lá fora mais um par de horas do que tinhamos prometido às nossas companheiras, amigos, e outras âncoras.

E a conversa termina invariavelmente com um encolher de ombros: "Se eles (elas) percebessem..."

E depois dou comigo a pensar como é que é possível que haja pessoas que passem por este mundo sem saber o que é descer uma onda?

É por isso que me deixa sempre perplexo a conversa de alguns iluminados acerca da "massificação" dos desportos de ondas e da banalização do acto de surfar. Como é que raio se banaliza o mar?

E massificação? Que raio, mas estamos a falar do quê? Produção de refrigerantes?

Como seria bom que toda a gente pudesse passar por este mundo a saber o que era estar "lá fora".

É que me aflige que haja quem não saiba. Porque há coisas que devem ser "massificadas" como o pão, o amor...e as ondas.

Porque a casa de Deus só pode ser num tubo.

Desarrumado




Há dias em que o mar está zangado, como gosta de dizer um amigo. Outros em que está apenas desarrumado. Desarrumado e grande. Aqueles dias em que não está disposto a brincar com os insectos que se aventuram no seu gigantesco, cinzento, líquido, massivo corpo.

Há dias em que fazer uma onda é um triunfo. Aquelas manhãs em que andamos lá dentro, enleados em espuma e ondas que partem para todo o lado ao mesmo tempo. Dias em que remamos muito mais do que surfamos, dias em que ficamos pendurados no lip sem caminho para nos atirarmos.

Pois é, há mesmo dias em que fazer uma onda, encontrar uma jóia no meio da confusão é um triunfo. Hoje triunfei...mas saí com fome de mais.