quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Eu viciado me confesso


É irónico. Tive familiares com problemas de dependência de vários tipos e, como tal, detesto vícios. Não fumo, bebo quando me apetece, e só bebo café, muito, porque adoro.

Agora, quando é que traçamos a fronteira entre o amor e o vício, a dependência? Quando os amigos, mesmo aqueles com quem partilhamos o mesmo amor, nos avisam que estamos a ir longe de mais.

Confesso-me viciado em descer ondas. Como diz o meu companheiro Cocas no post anterior, até de colchão lá ia, se fosse preciso. Quis o destino que escolhesse uma prancha de bodyboard para matar o vício.

O problema é quando todos os instantes da nossa vida são dominados pelas ondas. Só falamos de ondas, só pensamos em ondas. Em todo o lado, a toda a hora, com qualquer um. Até ao ponto de nos tornarmos verdadeiros chatos. E o pior é que temos consciência disso.

Já para não falar no tempo que passamos na água. Mas isso, amigos, é sagrado. O pior é quando o mar não ajuda e o(s) nossos(s) spots não estão a funcionar ou se o trabalho (maldito seja)não permite. Aí, a ressaca tansforma-se progressivamente em loucura.

Somos dominados por actos masturbatórios: vemos pela enésima vez o Hardy Life II, rebuscamos o youtube à procura de filmes de bodyboard, ou olhamos obcecados pelos sites a tentar perceber quando vem o próximo swell surfável. Vale tudo.

Ok, estou viciado. A namorada chama-nos nomes, os amigos dizem que estou a ficar louco, os colegas gozam com o bronze permanente e o cabelo queimado do sol...preciso de uma pausa.

Pelo menos até ao próximo dia de ondas...

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